Hamilton de Holanda – Brasilianos 3 (2011)


Maturidade e personalidade musical é o que marca o terceiro álbum do quinteto Brasilianos, liderado pelo virtuoso bandolinista Hamilton de Holanda e formado por Daniel Santiago (violão), Gabriel Grossi (gaita), Márcio Bahia (bateria) e André Vasconcellos (contrabaixo acústico). Eles mostram uma concepção diferente dos outros álbuns, buscando uma sonoridade acústica e mais rebuscada, permeando diversos estilos.

O bandolim de 10 cordas de Hamilton inaugura o CD introduzindo o primeiro tema, a bela e lírica “Saudades de Brasília”. A segunda faixa, “Saudades do Rio”, possuí harmonia e melodias riquíssimas, executadas com louvor pelo quinteto. André conduz a música com simplicidade e precisão, fazendo exatamente o que a música pede. Uma convenção belíssima e de alto nível técnico antecede a última exposição do tema.

“Guerra e Paz I”, composição inspirada em Cândido Portinari, conta com a participação especial de Milton Nascimento, que enriquece a faixa com sua fantástica voz. Márcio Bahia, que também é integrante da “Nave Mãe” (nome carinhoso dado ao Hermeto Pascoal e Grupo), dá um aula de dinâmica e sensibilidade com sua bateria. Linda música!

As cinco faixas que dão sequência ao disco são integrantes da Sinfonia Monumental, uma composição conjunta de Hamilton e Daniel Santiago em homenagem aos 50 anos de Brasília e que flerta com o erudito, jazz, choro, samba, dentre outros estilos. Gravada anteriormente com orquestra, aqui a Sinfonia aparece executada somente pelo quinteto, mostrando todo o entrosamento alcançado pelos músicos ao longo dos anos.

Os cinco movimentos são: “Primeiras Idéias”“Prece ao Santo Céu”“Marcha dos Candangos”“JK Proibido” e “Caos e Harmonia”. São verdadeiros “retratos sonoros” que contam, em forma de som, a história da capital federal desde sua idealização e construção até os dias de hoje. Para isso, Hamilton e Gabriel executam lindas melodias e virtuosos improvisos sustentados pelas harmonias dedilhadas do violão de Daniel e a precisão da cozinha de André, que alterna entre as técnicas de pizzicato e arco, e Márcio Bahia.

O disco é finalizado com chave de ouro por “Guerra e Paz II”, mais uma vez inspirada em Portinari. Aqui Hamilton troca o bandolim pelo violão tenor para criar mais uma obra-prima em companhia de Gabriel Grossi.

Esse é mais um excelente álbum de um grupo que já marcou seu nome na história da música instrumental brasileira! Altamente recomendado!

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Instrumental SESC Brasil