Di Stéffano – Outros Mares (2012)

O baterista e compositor potiguar Di Sttéfano reuniu em seu segundo disco uma seleção de músicos para ninguém botar defeito. São pessoas com quem que Di costumar tocar em vários outros projetos e contribuíram para esse belo álbum de 10 composições autorais.

Participam do disco os pianistas André Mehmari, Vitor Gonçalves, Dominique Fillon e Glauton Campelo; Os guitarristas/violonistas Ricardo Silveira, Jubileu Filho, Sérgio Farias e Clauber Fabre; Nos sopros, temos Fabinho Costa, Josué Lopez, Marcelo Martins, JP e Bruno Santos, além de Adelson Vianna no Acordeon. Para completar, um verdadeiro “dream-team” de contrabaixistas: Alex Rocha, Marcelo Mariano, Rômulo Gomes, Arthur Maia, Nema Antunes e Hamilton Pinheiro. Para conseguir reunir essa seleção de músicos em um único álbum, Di Sttéfano precisou gravá-lo em 7 estúdios diferentes ao redor do Brasil!

O disco inicia com uma homenagem ao trompetista Roy Hargrove em “Mr. Roy”. O genial pianista André Mehmari e o trompetista Fabinho Costa executam a melodia e improvisos com o suporte de Di Sttéfano e Alex Rocha no contrabaixo acústico. “Cine África” possui um excelente groove executado por Marcelo Mariano que permite o desenvolvimento da melodia e de solos belíssimos por parte de Ricardo Silveira e Josué Lopez.

“Baião pra Maria” dá seqüência ao disco com destaque para o acordeonista Adelson Vianna, além de Vitor Gonçalves e Jubileu Filho, que executam ótimos improvisos. Em“Jazz à vista” quem brilha é o saxofonista Josué Lopez, um dos grandes nomes do instrumento atualmente. Vitor Gonçalves e Di Stéfanno também executam ótimos solos. Fazendo a excelente condução de baixo acústico, temos novamente Alex Rocha.

“Noronha Island” é uma faixa especial. Arthur Maia gravou sua parte em 2010, quando esteve em Brasília para uma temporada no Clube do Choro. Seu conhecimento técnico do fretless é impressionante, dando todo o suporte para Marcelo Martins “voar” em seu saxofone na belíssima melodia e para Sérgio Farias executar um excelente improviso de violão.

“Laís” possuí um feeling latino proporcionado pela levada de Di Stéffano e do contrabaixista brasiliense Nema Antunes, conhecido principalmente por seu trabalho na banda de Ivan Lins. Nema faz um excelente groove dando segurança para os improvisos de Vitor Gonçalves, Marcelo Martins e Di Stéffano. “Brisa do Mar” é uma bossa que possui um belo solo de Rhodes e piano de Dominique Fillon, além de mais uma condução de alto nível de Nema Antunes.

“Fim de Tarde” inicia com um groove executado em uníssono por Dominique ao piano e Hamilton Pinheiro ao baixo elétrico. Hamilton dá uma aula de criatividade e dinâmica nos improvisos de Dominique e Fabinho Costa. “Um Abraço no Dito”, nona faixa do disco, é um baião que possui uma intenção flamenca na melodia executada por Adelson Vianna e Josué Lopez. Adelson nos presenteia com um ótimo solo, suportado por Rômulo Gomes, Vitor Gonçalves e Di Stéffano.

A faixa-título, “Outros Mares”, encerra o disco com mais uma bela melodia executada por Jubileu Filho e Fabinho Costa. Aqui, a base é formada por Hamilton, Glauto Campelo e Di Stéffano, que dão mais uma aula de dinâmica e suíngue.

Esse é um disco independente de um artista que acredita na música instrumental brasileira e que a cada trabalho vem colocando o seu nome entre os grandes do estilo. Vale a pena ouvir!!